26 de dez. de 2011

FELIZ 2012!!!


Não é a Av. Paulista, mas minha zona leste tem fogos no Réveillon também, tá?
Foto: Fábio De Nittis


Eis que dezembro chegou, eu continuei trabalhando, o tempo foi passando e de repente era ontem. Fim de tarde do dia 24, Natal e, como sempre, aquela sensação de que o ano voou. Ao mesmo tempo em que tenho a sensação de que o ano voou, também parece que vivi uns cinco anos em um, de tanta coisa que aconteceu, uma atrás da outra, sem dar tempo nem de respirar. Agora o meu 2011 “bipolar” está chegando ao fim. E quando digo ano “bipolar” não quero dizer que foi um ano de coisas muito boas e muito ruins. Felizmente, foi mais um ano excelente pra mim, como têm sido os últimos.
Mas foi um ano de coisas muito opostas acontecendo. Só para dar alguns exemplos, iniciei este ano trabalhando perto de casa, para depois trabalhar a 35km daqui e depois trabalhar a maior parte do tempo em esquema home office. 2011 foi o ano que tinha hora que eu queria que voasse, e que tinha hora que eu queria que passasse devagar, para ser aproveitado ainda mais, já que estava sendo um ano tão bom. Foi o ano que eu mais trabalhei e dediquei horas para os compromissos diários (e por isso às vezes passei semanas a fio sem postar aqui), mas foi o ano que mais tirei horas para me divertir. Em 2011 eu senti muito sono e preguiça, mas também foi o ano em que mais tive garra para lutar e seguir em frente. Neste ano eu passava boa parte do dia sozinho, mas estava sempre rodeado por muita gente. Fui muito mão de vaca, a ponto de escolher lanche mais barato por questão de centavos, mas também gastei dinheiro com coisas que me fazem feliz e até dei presente no aniversário do meu irmão.
Neste ano, pude viajar e matar a saudade de Buenos Aires e, quando eu achava que o ano não podia surpreender mais, fiz minha primeira viagem totalmente paga por mim, para o Rio de Janeiro. Tive oportunidade de fazer umas mudanças que eu queria e consegui. Também tive oportunidade de aproveitar coisas que sempre quis, mas, de última hora, joguei tudo para o alto e não me arrependi. Consegui, a duras penas, chegar à metade da faculdade. Terminei também meu curso de espanhol.
Em 2011 vivi experiências bacanas, diferentes, conheci bastante gente, me diverti com estrangeiros, ri bastante, dancei várias noites até depois do amanhecer. Tantos acontecimentos que eu nem imaginei que caberiam em 365 dias e que também não cabem nas linhas deste post desorganizado. Mas o que importa é que compri a missão do ano, que é a mesma sempre: fui feliz!
Agora vem chegando 2012. Vou confessar que não estou com a mesma empolgação que nos últimos anos, porque gostaria que os fogos da próxima noite de sábado estivessem anunciando a chegada de 2014. De qualquer forma, ainda estou muito otimista e se 2012 for como os últimos anos (como parece que será), vai ser ótimo novamente.
Então, gostaria de aproveitar o post para desejar a todos um ótimo 2012. O mundo não vai acabar, não, então espero que todos tenham muita paz, saúde, união, felicidade, sucesso, realizações de sonhos - e é preciso acreditar neles, são eles que nos movem! - e força, sempre.
Ah! E otimismo! Afinal, (vou até destacar agora) um ano que começa na virada de sábado para domingo só pode trazer coisas boas, né? ;) Obrigado pelas visitas e comentários ao longo de 2011 e FELIZ 2012!!!

2 de dez. de 2011

Porque calor me lembra o Rio. E dá saudades!

Faltou sol neste dia. Mas sobrou beleza! - Foto: Fábio De Nittis

Sei que este blog anda muito cheio de assuntos pessoais. É verdade, como tenho andado menos por aí (especialmente agora com as benditas férias da faculdade), posts deste tipo serão mais frequentes por aqui.  Também sei que o que vou falar já faz tempo que ocorreu, mas não poderia deixar de comentar.
Desde junho, quando estava na correria, eu só queria um finzinho de semana viajando. Que fosse aqui do lado, no litoral. Eu estava precisando de uns dias olhando a paisagem, sem pensar em absolutamente nada. Eis que em outubro surgiu a oportunidade de ir para o Rio de Janeiro, ajudá-la em um projeto de auxiliar estudantes da Holanda a fazerem reportagens sobre o Brasil. Se fosse em outros tempos, eu me perguntaria: por que ir? Mas resolvi fazer diferente. Lembrei que passei a vida falando que devia ser bom ganhar dinheiro, ter as próprias coisas e tal, mas que o melhor investimento, o que daria mais satisfação, seria juntar dinheiro para viajar. Também me lembrei daquele papo do começo do ano de que 2011 na verdade seria dois mil e OUSE, e que às vezes é necessário ousar.
Eis que estava eu na sexta, último dia 11, no aeroporto, para quatro dias de viagem. Depois de três horas de sono (na madrugada eu ainda fazia trabalhos da faculdade e arrumava as coisas), estava lá, pronto para embarcar para a minha primeira viagem totalmente bancada por mim, o que é uma satisfação imensa. E foi uma das melhores coisas que fiz! Fiquei em um albergue voltado mais para estrangeiros, o que significava dividir quarto com gente de várias partes do mundo (alguns deles voltaríamos a ver semanas depois em São Paulo, até saímos juntos!), falar inglês o tempo todo e ficar confuso com pessoas falando em português.

Ajudar os holandeses também foi uma experiência incrível, porque as reportagens foram muito interessantes. Em uma delas, por exemplo, houve uma entrevista com uma líder de comunidade, seguida por uma visita a uma das favelas do Complexo do Alemão. Foi bacana ver que as obras do PAC não só levam coisas básicas, como saneamento básico e asfalto, mas também escolas e inclusive cinema em 3D. Pois é, cinema em 3D no Complexo do Alemão! Observei também o contraste entre um domingo de pessoas caminhando tranquilamente e vivendo a vida normalmente e um carro do exército passando, com militares com arma em punho. Impactante e triste, eu diria. No Rio estive em bairros nobres, em comunidades carentes, em locais turísticos e não turísticos, em locais divertidos, em locais pra lá de bizarros, andei de táxi, ônibus, metrô, no calçadão, na rua, na areia...


Copacabana deixou saudades - Foto: Fábio De Nittis

E também houve tempo para diversão. Quilômetros caminhados pela praia de Copacabana, bairro que dispensa apresentações e que me acolheu tão bem. Noites na Lapa. Fins de tarde comendo e bebendo alguma coisa nos quiosques de Copacabana, sentindo a brisa que aliviava um pouco o calor carioca. Também pude fazer um rápido city tour no último dia, guiado por um amigo do Rio (OBRIGADO BRENO) que eu conheço há seis anos pela internet, mas que ainda não tinha visto pessoalmente. Aliás, embora o Rio esteja aqui do lado, foi minha primeira vez na cidade. E, embora não tenha sido totalmente a lazer, não poderia deixar o Rio sem conhecer o Cristo, passeio imperdível. E de lá de cima se tem esta vista linda do Pão de Açúcar, que ilustra o post e que faz o trecho “o Rio de Janeiro continua lindo” fazer todo o sentido.
E nestes dias quentes do verão que se aproxima (hoje já fez 29 graus aqui em São Paulo), os fins de tarde na orla de Copacabana deixam saudades. E sabe aquela frase que diz que a saudade é a maior prova de que o passado valeu a pena? Eu concordo plenamente. Valeu a pena! :)

16 de out. de 2011

Duas horinhas

Agosto, setembro e metade de outubro. Dois meses e meio se passaram desde meu último post no blog. Neste meio tempo tive várias ideias de post, mas nenhum texto escrito, embora alguns tenham até sido rascunhados. O motivo? O de sempre: a falta de tempo, é claro.

Aliás, desde o ano passado administrar o tempo tem sido complicado. O problema não é o desperdício de tempo, não. O problema é abrir a agenda, ver uns espacinhos livres e, sabe-se lá como, ocupá-los, sem nem se dar conta. Por causa disso, ano passado eu trabalhava o dia inteiro e aos sábados, e comecei a ter as raras enxaquecas que tenho. São raras, mas intensas: escurecem a vista, fazem as mãos ficarem geladas e formigarem, me impedem de pensar e soltar uma frase com nexo e fazer qualquer coisa. E o problema é que nem sempre dá pra deixar de cumprir compromissos. Em um dos dias de enxaqueca, por exemplo, tive que tomar quatro comprimidos para a dor amenizar e eu poder apresentar um seminário na faculdade.

E aí que chegou dezembro, tirei férias e, justamente por estas situações, prometi que em 2011 seria diferente. Ficou só na promessa. Entrou 2011 e comecei a trabalhar menos horas, mas muito mais longe, e as seis horas diárias de condução sugaram meu tempo ainda mais do que em 2010, algo que parecia impensável até então.

Felizmente, a situação mudou, porque recentemente comecei a trabalhar em casa quase todos os dias, o que me rende duas horas a mais de tempo livre. Não que duas horas tenham me feito ter todo o tempo do mundo (quem dera!), eliminado totalmente meu cansaço e coisas do tipo, mas me permitiram diminuir um pouco meu ritmo de vida e o estresse e o esgotamento do dia a dia. E percebi, mais do que nunca, o quanto a qualidade de vida é importante. O quanto é bom me estressar menos (ainda que eu seja calmo). O quanto é bom dar mais atenção à família. O quanto é bom ter... tempo! Tempo para dormir, tempo para fazer aquele álbum no Facebook que estou para fazer há meses (ok, isso ainda não fiz), tempo de diversificar a leitura, tempo de dormir mais umas horinhas, tempo de planejar com mais precisão o meu futuro, e, é claro, de postar no blog.

Bom, resumindo, este post é pra dizer que: primeiro, não tenho muitas metas de atualizações mensais do blog, mas peço desculpas pelo longo tempo de ausência. Pretendo atualizar com mais frequência a partir de agora. Segundo: fico muito agradecido pelos mais 4 mil cliques neste um ano e meio de blog. Não esperava tantas visitas e se tem uma coisa que jornalistas ou futuros jornalistas gostam é de serem lidos. Valeu mesmo! (Ah, e como estou na internet, conto com a vantagem que de meus textos não viram forro de gaiola de papagaio).  E terceiro: para convidá-los a ler o Celeste e Branco, o meu blog sobre Buenos Aires e sobre a Argentina. Pretendia ter começado este blog em fevereiro e cheguei até a escrever o post de boas-vindas na época, mas agora enfim poderei escrever sobre esta cidade encantadora, que tem ganhado o coração dos brasileiros e que, em breve (se tudo correr conforme o planejado), vai me ter como morador. Espero que gostem!

31 de jul. de 2011

O caos volta amanhã

No fim de junho eu fazia meus planos para as férias. Eram planos de dormir mais, de postar mais no blog, de dar mais atenção aos meus planos pessoais e tantos outros.

Bom, as pseudo-férias passaram e, de todos os planos, só coloquei em prática o de dormir mais. Agora chego ao último domingo de julho pensando que amanhã é agosto e voltam as aulas. Volto às minhas três a cinco horas de sono diárias. Volto a trocar as noites de descanso pelas noites prestando atenção às aulas. Voltam as reponsabilidades em relação às notas. Mas, como não só eu volto às aulas, volta também o caos no transporte público, com o aumento no número de pessoas transportadas diariamente.

Sim, de novo o transporte público. Posto bastante sobre o tema porque, como já comentei, passo seis horas por dia em ônibus, metrôs e, a partir de amanhã, trens também. E porque ao longo de maio e junho eu tirei algumas fotos de situações que me incomodam, para montar posts para o blog.

Quem convive comigo e não pega a linha vermelha do Metrô às vezes se surpreende com o que falo. Tem dia que levo 15 minutos para conseguir passar pela linha de bloqueios (erroneamente chamada de catraca) da estação. Para ilustrar o que eu digo, vejam a foto abaixo, do início de maio. É a fila para entrar no Metrô Carrão. É uma fila que se estende por toda a passarela que liga a estação em si até o local onde os ônibus param, do outro lado da Radial Leste.

Chegar à plataforma às vezes é uma luta - Foto: Fábio De Nittis

Passamos pela primeira etapa. É hora de chegar à plataforma. O problema é que o metrô já sai cheio de Itaquera. De Itaquera até a Sé são doze estações. Doze estações que devem receber, cada uma, entre dez e vinte linhas de ônibus lotados, de todos os bairros da zona leste. O metrô chega à estação Carrão completamente lotado, com pessoas amassadas na porta (na verdade, o metrô já passa assim várias estações antes). As plataformas vão lotando sem parar. Apesar de eu não ficar esperando trens do metrô mais vazios passarem e querer embarcar sempre o quanto antes, já cheguei a ficar 35 minutos na plataforma até embarcar. Ou alguém acha que é fácil entrar no metrô assim:



Plataforma às 8h da manhã, já no fim do horário de pico,
em maio - Foto: Fábio De Nittis


Ok, após a espera na plataforma, viagem no metrô apertado. Estaria tudo "bem" se do Carrão até a Sé levasse 13 minutos, como acontece fora do horário de pico. Nas horas mais lotadas do dia, os trens circulam colados uns aos outros e são frequentes as paradas entre estações para "aguardar a movimentação do trem a frente". Resultado? A viagem não dura menos de 25 minutos. Em dias mais caóticos, como dias de chuva, por exemplo, cchega a levar 40 minutos. Já vi levar 1h. 1h para percorrer apenas seis estações.

Descemos na Sé, que está sempre muito cheia. Em dias caóticos interditam a escada e desligam escadas rolantes, para diminuir a superlotação na plataforma de acesso à linha azul. Nisso, mais minutos consumidos. Já cheguei a levar quarenta minutos entre sair do trem do metrô da linha vermelha e entrar no trem da linha azul.

Levando mais ou menos tempo, o fato é que o caos está aí, em todas as linhas (inclusive nas linhas 4 - amarela e 5- lilás), seja metrô, trem ou ônibus. E, depois de um mês mais calmo devido às férias e à ausência de chuva nos horários de pico, o caos volta amanhã. Paciência e boa sorte a todos nós a partir de amanhã, tenho certeza que precisaremos.

26 de jun. de 2011

São Paulo londrina

Por causa da falta absoluta de tempo, o blog ficou às moscas por quase dois meses, é verdade. Com a proximidade de julho sobra um pouco mais de tempo, e pouco a pouco vou postando aqui o que quis postar desde maio. Em breve darei continuidade também ao Celeste e Branco, meu blog sobre a Argentina.

Aqui em São Paulo, embora a temperatura baixe dos 10 graus em algumas madrugadas do ano, o frio nunca é tão forte e nem constante (para a minha infelicidade!). Mas os nevoeiros, sim! São muito frequentes nas manhãs de abril a setembro na capital paulista. E ainda que o caos aéreo se instale em manhãs de baixa visibilidade nas principais capitais do Brasil - com aeroportos fechados e voos atrasados em horas - não deixa de ser um belo fenômeno. Aí vão duas fotos simples, tiradas por celular e durante a correria para chegar ao trabalho, de um dos vários dias deste junho em que São Paulo amanheceu um pouco com cara de Londres:

Visibilidade de só dezenas de metros - Foto: Fábio De Nittis

Topo do prédio quase invisível - Foto: Fábio De Nittis

1 de mai. de 2011

Susan was totally right


Susan Miller: previsões de enorme acerto

Boa parte das pessoas age da seguinte forma em relação à astrologia: quando lê o horóscopo e ele está positivo, fica feliz. Quando lê e está ruim, diz não acreditar nesse tipo de coisas. E 95% esquece o que o signo indicava imediatamente após a leitura.

Já eu sou diferente. Como na minha família há gente que gosta de astrologia, sempre li horóscopos. Desde janeiro do ano passado, consulto diariamente as previsões do Terra, que são muito boas. Mas em meados de 2010, vasculhando o blog Nos Ares (blog sobre Buenos Aires escrito pela jornalista Ana Manfrinatto), eu descobri por meio deste post a Susan Miller.

Susan é a astróloga mais famosa dos Estados Unidos e do mundo. O sucesso é tão grande que nos EUA há uma camiseta que diz “Susan was totally right” (Susan estava totalmente certa). O motivo de tanto sucesso, além do talento, é o fato dela detalhar bastante as previsões. Ao contrário de alguns sites que só apresentam cinco ou dez linhas de horóscopo mensal - e muitas vezes coisas clichê, do tipo “no amor, siga seu coração” - a Susan escreve ao redor de vinte parágrafos para cada signo, detalhando datas e acontecimentos.

Justamente por ser tão preciso, é difícil que ela acerte completamente, mas quando ela acerta, é em cheio. Lembro-me que em dezembro Susan Miller falou que os dias mais tensos do mês para mim seriam os dias 3, 17 e 21, e que ao longo do mês eu poderia enfrentar problemas relacionados a carro quebrado. Lembro que quando li sobre o carro pensei: "comigo não vai ser, não vou viajar neste fim de ano". Mas não deu outra! No dia 17 eu resolvi sair para tirar a carteira de trabalho e o carro em que eu estava quebrou, longe de casa. Já no começo deste ano, as previsões da Susan indicavam insistentemente que o período era benéfico para quem era capricorniano e trabalhava na área de comunicação, que um novo emprego poderia surgir. Resultado: no último dia de fevereiro mudei de emprego. Falou em um abril de 2011 meio complicado e realmente foi. As previsões também se confirmaram incrivelmente para um amigo meu, que passou a lê-las depois que indiquei o site.

Diante de tudo isso, anoto as datas positivas e negativas para realizar determinadas ações, sempre tentando reorganizar meu cronograma de acordo com a astrologia.  E no primeiro dia do mês entro insistentemente no site, até que ele se atualize (o horóscopo gratuito é apenas mensal, e costuma sair no final da manhã/começo da tarde do primeiro dia do mês, pelo horário brasileiro).

O site é em inglês. Qualquer coisa, tentem traduzir no Google Tradutor. A tradução não é das melhores e algumas coisas ficam sem sentido, mas dá para aproveitar bastante coisa. O endereço é: http://www.astrologyzone.com/forecasts/. Ela também tem o twitter, onde de vez em quando comenta algo sobre os signos, é o @astrologyzone.

O horóscopo de maio já está no site desde ontem à noite e, ao menos para o meu signo (capricórnio), será um mês muito bom. Assim seja!

24 de abr. de 2011

Feriados deixam saudades

Sou mais um escravo do relógio. No meu dia-a-dia, tudo deve ser rigorosamente cronometrado para que eu consiga cumprir tudo o que tenho que fazer no horário correto. É a hora de acordar, a de sair de casa, a de chegar ao ponto de ônibus, a de chegar ao metrô e à outra linha de metrô, a hora de pegar o outro ônibus para entrar no trabalho no horário determinado... tudo isso só até às dez da manhã, mas assim segue o resto do dia.

E eis que chega um dos pouquíssimos feriados prolongados de 2011 (desculpem pela informação desanimadora), o da Páscoa. De repente, todos os problemas parecem desaparecer. Não há mais aquela preocupação porque o ônibus demorou 50 minutos para passar e você chegou atrasado no trabalho. Nem a preocupação de chegar atrasado na faculdade em dia de atividade valendo nota porque o ônibus levou 45 minutos para passar e depois ficou estagnado no mesmo ponto durante 20 minutos, preso em um congestionamento típico de horário de pico em São Paulo. No feriado - quando a semana de provas já passou - não há preocupação em ler textos que às vezes não são tão interessantes ou ler páginas de anotações feitas ao longo de todo o bimestre para a prova. Não estou me queixando, afinal, ainda que eu reclame frequentemente do cansaço no Twitter, eu gosto do que faço e levo a vida numa boa. Coloco os fones de ouvido e tento passar o mínimo de estresse possível quando acontecem tais imprevistos, porque sei que passar nervoso infelizmente não vai aliviar o trânsito nem fazer o ônibus chegar mais rápido.

E ainda que eu não tenha procurado a calma do interior e nem ido me esbaldar no mar com 35 graus no litoral, este feriado deixará saudades, como a maioria deles. Saudades porque pude trocar as três horas de sono diárias por dez ou onze. Porque pude tirar um dia para visitar parentes e outro dia para ir ao cinema. Porque pude aproveitar meu tempo para ler notícias, acompanhar blogs que durante a semana não tenho tempo de ler, iniciar a leitura de um livro que peguei emprestado... e também porque pude gastar tempo com coisas mais irrelevantes, como passar horas nas redes sociais ou ligar as caixinhas de som e acessar o site de uma rádio argentina para cantar e me interar do que é sucesso no país vizinho, tão admirado por mim.

Agora, a noite do último dia de feriado já está se iniciando, e amanhã tudo volta ao normal. Ainda bem. Seria entediante demais viver num eterno feriado. Que venha a rotina, mas que o próximo feriado não demore.

27 de mar. de 2011

Novidades no metrô paulistano







Linha amarela ganha nova estação nesta segunda, 28 (Foto: Fábio De Nittis - arquivo)


O metrô de São Paulo está com algumas novidades neste final de março. Agora, os usuários do sistema podem consultar a situação das linhas 1 (azul), 2 (verde), 3 (vermelha) e 5 (lilás) em tempo real, por meio do serviço "Direto do Metrô", no site do Metrô (http://www.metrosp.gov.br/). O serviço utiliza cores para descrever qual a situação das linhas. Verde indica operação normal, amarelo aponta alguma restrição e vermelho indica alguma paralização ou problema de grande interferência. E quem tiver celular com acesso à internet também pode obter as informações, pelo endereço http://www.metrosp.mobi/. Não sei como que anda o funcionamento deste dispositivo, já que passo 17 horas por dia fora de casa (portanto, não tenho como acompanhar) e até que ponto facilita a vida dos passageiros, já que às vezes as linhas estão funcionando dentro da normalidade, mas a quantidade de passageiros é tão grande que se espera 15 ou 20 minutos até embarcar em um trem. De qualquer forma, é um interessante mecanismo de auxílio aos passageiros.

Outra novidade é o prolongamento da linha 4 - amarela. Nesta segunda, 28 de março, inaugura-se a estação Butantã. Localizada no cruzamento da Av. Vital Brasil com a Rua Pirajussara, a estação funcionará de segunda a sexta (inclusive feriados, das 8h às 15h), como o resto da linha. Agora o metrô de São Paulo passa a ter 61 estações e a extensão da rede passa de 69km para 70,6km. Só para relembrar: a linha 4 - amarela foi inaugurada em 25 de maio de 2010 (falei sobre ela pouco tempo depois, no começo de junho, que você pode ler clicando aqui) com apenas duas estações: Paulista e Faria Lima. No início, a linha operava das 9h às 15h. Este horário foi aumentado em uma hora no dia 24 de janeiro, quando as estações passaram a abrir às 8h. Ainda este ano, devem ser inauguradas as estações Pinheiros (fazendo integração com a linha 9 - esmeralda, de trem) e as estações Luz e República, integração com as linhas 1 - azul e 3 - vermelha, respectivamente. Há ainda mais duas novidades, que conto rapidamente para que elas não passem em branco, já que não encontrei maiores informações: a ampliação do horário de funcionamento das estações Tamanduateí e Vila Prudente, na linha 2 - verde - desde o último dia 19 funcionam das 4h40 às 21h - e a entrega do primeiro trem reformado da linha 3 - vermelha, como parte do processo de modernização da frota.

5 de mar. de 2011

O caos no M' Boi Mirim, visto ao vivo

Na última segunda-feira, troquei de emprego e comecei a trabalhar bastante longe daqui, próximo à represa de Guarapiranga. Como moro na zona leste e a Guarapiranga fica na zona sul, todos os dias são 35km a percorrer só para ir. Dois ônibus, dois metrôs, três horas (depois ainda tem uma hora e meia até a faculdade, aulas e mais outra hora e meia para chegar em casa, totalizando 70km e seis horas no transporte público). Ufa!

Para quem não é daqui, ou é, mas não conhece a região, vou tentar explicar. O centro geográfico da cidade é a Praça da Sé. De lá até a Avenida Guarapiranga são 21km. Para chegar lá, saindo do centro e indo rumo ao sudoeste da cidade, passa-se pela região da Avenida Paulista, do Ibirapuera, de Moema, do valorizado Aeroporto de Congonhas, mais um tanto e passa-se por Santo Amaro, pela linha 5 - lilás do Metrô e depois anda-se mais uns 15 minutos de ônibus.

Naquela região há um corredor de ônibus que passa pela Avenida Guarapiranga e Estrada do M' Boi Mirim. Estas são as avenidas que permitem o acesso de moradores daquela região (ou de bairros mais distantes) à Marginal Pinheiros. Acontece que a quantidade de ônibus que passa por lá é tão grande que o corredor trava por completo, os ônibus são desligados e as pessoas tem que descer e andar a pé até Santo Amaro (creio que deve dar algo como 2h a pé dali), para tentar acessar o centro da capital. Por isso, os moradores já protestaram inúmeras vezes, como é mostrado nos veículos de comunicação. Na última sexta, dia 4, houve mais um protesto. Eu estava lá e relato.

Meu ônibus parou na Ponte do Socorro, sobre a Marginal Pinheiros, a cerca de 4km do meu local de trabalho. Imediatamente os passageiros desceram. Desci também e, com espírito jornalístico, comecei a fazer perguntas para a população local. Logo descobri que se tratava de uma manifestação que interditava a pista sentido bairro e também a sentido centro. Vi pessoas desesperadas ligando para o trabalho, trabalhadores que andavam fazia duas horas e que ainda estavam a muito tempo de caminhada de uma região em que fosse possível pegar outras linhas de ônibus. Após quarenta minutos de caminhada apressada, chego ao protesto, enquanto podia ouvir gritos de indignação ecoando pelas ruas. Apesar da forte presença policial, era uma manifestação sem violência, contra a péssima situação do transporte público na região.

O desfecho? Depois de cinco horas interditando a avenida e cerca de duas mil pessoas protestando, os moradores ouviram do prefeito Gilberto Kassab que a solução virá apenas daqui oito anos, com a construção de um monotrilho integrado à linha do Metrô. Pelo que entendi, integrado à linha 5, que anda com as obras praticamente paradas e que ainda tardará muitos anos para chegar às estações Santa Cruz e Chácara Klabin e enfim ser conectada ao resto da rede metroviária.

Ainda assim, creio que monotrilho não é a solução mais adequada. Talvez seria a extensão da linha lilás na outra extremidade, do Capão Redondo à região do Jardim Ângela. Logo é 2012, ano de eleições. Os candidatos passarão por lá, como passarão por aqui, fazendo mil promessas. Aparecerão promessas de corredor de ônibus aqui, linhas de monotrilho ali (aliás, é a nova moda dos políticos locais. Só para constar, nenhum saiu do papel e nem está em obras), linhas de metrô milagrosas conectando a cidade inteira... e dependendo do canditado, não passará de promessa, mesmo. Enquanto isso, o povo, que paga impostos e R$ 3 em uma única passagem de ônibus, segue sofrendo. Aqui vão duas fotos tiradas por mim, com celular (por isso a má qualidade. Ampliem para ver melhor e com mais detalhes). Embora dê para ver de longe o protesto e parte da quilométrica fila de ônibus, não retrata nem parte do sofrimento da população. Por último, questiono: e se fossem moradores de alto poder aquisitivo protestando, seriam tratados com o mesmo descaso? A solução hipotética só chegaria no mínimo em 2019?

O protesto contra as péssimas condições do transporte público
Foto: Fábio De Nittis

Fila interminável de ônibus na Avenida Guarapiranga
Foto: Fábio De Nittis

27 de fev. de 2011

Mi Buenos Aires querido


Puente de la Mujer, em Buenos Aires - fevereiro de 2011 (Foto: Fábio De Nittis)


No começo deste mês de fevereiro, felizmente pude voltar a Buenos Aires, depois de quase três anos. Bom, a primeira viagem (que também incluía Bariloche, na gelada patagônia argentina) já postei aqui, em julho do ano passado. Dividi em três posts: sobre Buenos Aires, sobre Bariloche e, por fim, esse, de fotos tiradas do avião.

Já nesta viagem atual, de 2011, tirei 980 fotos. Achei legal compartilhar na internet, há várias belas imagens e muitas histórias, mas achei que aqui ficaria muito confuso. Por isso, criei hoje um blog específico sobre a Argentina. O endereço é esse: http://celestebranco.blogspot.com/ . Postarei lá algumas memórias e histórias da viagem, além de dicas para quem vai viajar para lá, especialmente se for a primeira vez.

Já quanto ao "palavras e fatos", seguirei postando neste blog normalmente ;)

25 de jan. de 2011

Feliz Aniversário, São Paulo!

A aniversariante do dia, completando 457 anos


São mais de 11 milhões de habitantes (e mais de 20 milhões somando sua região metropolitana), mais de 1.500km² de área, R$ 357 bilhões de PIB - o maior do Brasil e o décimo maior do mundo, cinco linhas de Metrô e mais seis linhas de trem que transportam quase seis milhões de passageiros diariamente, mais alguns milhões transportados por ônibus e tantos outros números surpreendentemente elevados. Diante de números assim, não é difícil saber que estou falando de São Paulo.

É a cidade dos arranha-céus modernos na região da Berrini, das sempre agradáveis e nobres ruas de Moema, Morumbi, Jardins, Pinheiros - para citar apenas alguns dos bairros valorizados , dos barzinhos da Vila Madalena, da elevada e imponente Avenida Paulista - centro econômico e palco da maioria dos momentos mais importantes da história da cidade, da luxuosa Oscar Freire, do Ipiranga - o bairro da Independência, das construções antigas e chamorsas, como Banespa, Catedral da Sé, Estação da Luz e Teatro Municipal, dos parques agradáveis, do autódromo de Interlagos, que recebe todo ano o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, das baladas exclusivas do Itaim Bibi, do Trem das Onze, da esquina das Avenidas Ipiranga e São João, dos nordestinos, dos italianos, portugueses, bolivianos, chineses, espanhóis e até dos índios (presentes em Engenheiro Marsilac, extremo sul da cidade), dos aviões que cortam o céu o dia todo, da vasta oferta cultural, gastronômica, de entretenimento... enfim, são tantas coisas para se falar, mas é impossível. São Paulo não cabe em palavras.

E aproveito este dia tão especial, quando a querida Sampa completa 457 anos de fundação, para fazer esta singela homenagem à cidade onde vivo desde que nasci.

Apesar de morar no lado B da Terra da Garoa (o que não tem turistas e a que só os moradores daqui e de bairros próximos conhecem), apesar de todos problemas da cidade, típicos das grandes metrópoles de países em desenvolvimento, de todos os dias permanecer ao menos 2h45 dentro de ônibus e metrôs quase sempre cheios, de todas as tempestades que me molharam e que ainda vão me molhar, das vezes que senti frio devido às rápidas mudanças meterológicas e de eu ser muito crítico (não nego) em relação ao país, amarei São Paulo para sempre, ainda que um dia talvez eu possa viver longe daqui. PARABÉNS, SÃO PAULO!! Que dias ainda melhores estejam a caminho para a cidade!

3 de jan. de 2011

+ 600% em 17 anos


Tarifa de ônibus sobe mais do que a inflação em São Paulo: vai custar R$ 3,00 (Foto: Portal R7)


Foi confirmado no final do mês passado que, mais uma vez, a tarifa do ônibus irá subir em São Paulo. De R$ 2,70, os paulistanos agora pagarão um valor de R$ 3,00 pela passagem (a integração ônibus-metrô do Bilhete Único sobe de R$ 4,07 para R$ 4,29). O aumento, de 11%, foi quase o dobro da inflação na capital paulista desde o último aumento (no ano passado), de 5,8%. Segundo o prefeito Gilberto Kassab, as passagens foram reajustadas dada a necessidade da prefeitura de economizar o dinheiro repassado ao transporte, para investi-lo em outras áreas.

E nesta segunda e também amanhã, terça-feira, a corrida é grande aos postos de recarga. Como o reajuste acontece na próxima quarta-feira, quem recarregar até amanhã continuará pagando a tarifa antiga, de R$ 2,70, até que os crédios expirem.

Vale destacar que, de acordo com uma tabela do Terra, que pode ser encontrada clicando aqui, a tarifa de ônibus na capital subiu 600% desde a implantação do real, em 1994. Em 1994, a passagem de ônibus custava R$ 0,50. Quatro anos depois, já era o dobro. Em 2001, já era quase o triplo. Em 2006, a passagem já era bem mais que o quádruplo. Em 2010 a passagem passou a ser mais de cinco vezes o que era em 1994, e em 2011, com o valor de R$ 3,00, o aumento em relação há dezessete anos atrás chega a 600%, ou seis vezes mais.

Com relação ao metrô, o aumento foi menor, mas também foi bastante expressivo, de mais de 400% (isso até ano passado), como você pode ver clicando aqui. O metrô também deve reajustar o preço da passagem, provavelmente em fevereiro, mas o valor ainda não foi divulgado.

Ficam as questões: o salário dos trabalhadores subiu 400 a 600% em 17 anos? A qualidade do transporte coletivo paulistano subiu entre 400 e 600%? Que prefeito ou governador terá a nobre atitude de congelar ou baixar a tarifa, em benefício do trabalhador? Acho que as duas primeiras estão fáceis de responder, mas quanto à última, infelizmente sigo aguardando, sem muitas esperanças.