6 de jan. de 2013

Aos 22

22 ou, como dizem os mais velhos, "dois patinhos na lagoa". Péssima, eu sei.


O tempo passa rápido. Vamos arrancando loucamente as folhinhas do calendário sem nos dar conta e de repente é janeiro e meu aniversário. Bom, pra ser sincero eu nunca liguei muito pra data. Quem faz aniversário perto das festas de fim de ano sabe que, desde criança, é um inferno pra fazer uma festa, organizar evento social. Todo mundo viajando ou sem grana pós gastança de fim de ano. E depois dos 18 a data começou a me incomodar, porque começa a ficar chato ir ficando velho, né. Dá aquela sensação de que a vida está passando rápido demais.

Mas o fato de completar anos nesta época perto da virada faz com que eu pare pra refletir um pouco. E vejo que eu mudei muito ao longo destes 22 anos de existência. Especialmente nos últimos cinco, seis anos. Porque a idade traz fios brancos, mas felizmente também faz a gente evoluir. Cada dia que passa, somos nós mesmo, tanto exteriormente quanto interiormente.

Dou um exemplo: o visual. Quase todo mundo tem vergonha alheia de si mesmo quando olha fotos de antigamente e tenta escondê-las. Nos últimos anos mudei de cabelo várias vezes (ok, tá sempre ruim, é uma luta eterna, mas uma hora me acerto), fui evoluindo nos modelos de óculos até abandoná-los. As roupas também foram mudando e espero um dia ter dinheiro suficiente para me vestir do jeito que quero. Ainda também vou ter o peso que eu quero, nem que seja no verão 2113.

Ao longo dos 22 anos eu mudei muito meu jeito de pensar. Mudei conceitos, sonhos, ideais. Deixei de ser muito conservador para uma série de coisas pra ver a vida muito mais tranquilamente e de mente aberta. Aprendi a me entender melhor, talvez a entender melhor os outros também. Aos 22 a gente é muito mais a gente, não liga tanto para que os outros pensam ou deixam de pensar.  Nosso autoconhecimento e até nossa autoestima são maiores e nossa insegurança ainda é presente, mas não chega aos pés do que já foi, porque confiamos mais na gente. Chego aos 22 tendo orgulho do que conquistei até agora, de quem eu sou. Cada dia que passa sou mais Fábio.

E o caminho já percorrido da estrada da vida vai ficando maior. Nesta idade a gente já viu muita coisa da vida (ainda que pouco em relação ao que reste), adquiriu muita experiência. Posso dizer que, aos 22 anos, graças a Deus eu nunca passei por grandes dificuldades, mas as pequenas pauladas e os novos desafios da vida me fizeram crescer. Também ajudaram a ter jogo de cintura, uma característica que acredito que seja essencial. Fazer malabarismo para manter todas as áreas da vida em ordem, ter jogo de cintura pra se livrar de situação chata, pra seguir em frente. Ficamos mais malandros, no sentido de saber analisar melhor o que é o ideal pra gente. Somos menos enganados que quando mais novos, temos intuição mais aguçada, sabemos nos fingir de bobos quando necessário, temos mais responsabilidade, etc., etc., etc. Enfim, sabemos jogar melhor esse tal jogo da vida.

Aos 22 anos estamos constantemente diante de escolhas, pequenas e grandes e que, diferentemente da infância, são tomadas por nós. Deixamos de viver algumas coisas para viver outras, e jamais vamos ter certeza absoluta que fizemos as escolhas certas. Fechamos ciclos e, infelizmente, também deixamos muita gente especial para trás. Mas a vida é dinâmica e entra gente nova, também especial, gente que muda sua vida pra melhor, fazemos novos amigos nos novos ambientes e isso inclui a internet, que nos permite ter amigos até de outros países (RAFA, eso es para vos jajajaja). Por falar em novos ambientes, quantas mudanças. Colégio, cursinho, faculdade, um emprego, outro emprego, cursos, viagens, etc.

Prestes aos 22 anos digo que estou em constante evolução. Sou uma metamorfose, ao mesmo tempo que sou firme ao que penso e tenho muito bem definido o que quero para a minha vida, porque nessa idade já aprendemos a ser mais decididos. E agora preciso de um gás nesta evolução, porque a vida me impõe esta necessidade. Que eu tenha capacidade para seguir em frente :)