17 de fev. de 2013

Acabou a folia

A foto tremeu, mas assim estava o bloco Vai Quem Quer, no sábado, na
Vila Madalena - Foto: Fábio De Nittis

Desde criança sempre sonhei em morar fora do país. Os anos passaram, o sonho continua, só mudou o destino. Mas outra coisa também mudou: minha visão em relação ao Brasil. Explico: sabe aquele tipo de pessoa muito chata e crítica em relação a tudo do país? Eu era assim. Sempre amei São Paulo, mas como não gostava do Brasil, tudo dos outros era melhor. Aquela velha história de achar que a grama do vizinho é sempre mais verde. Que os Estados Unidos isso, que a Europa aquilo... Sono.

Os anos passaram e eu, felizmente, mudei. Hoje em dia continuo querendo mudar de ares, mas gosto bastante daqui. E nos últimos tempos comecei a viver a vida com mais leveza, aproveitando mais o que me é disponibilizado. Esta fase começou mais ou menos com a faculdade. Percebi que, na realidade, o que eu mais criticava era o que eu mais passei a me identificar, que eram as coisas mais populares, tipo festas abafadas e lotadas, músicas populares e dançantes e por aí vai.

Também não gostava de praia, mas viajei pro Rio em 2011 e foi uma maravilha. Voltar a colocar o pé no mar na virada do ano e em janeiro, no litoral paulista, foi uma benção. O calor, uma coisa tão a cara do Brasil e principal alvo das minhas reclamações, continua sendo motivo de queixa. Mas, se a temperatura está nos 30 graus, de nada vai adiantar só reclamar, então tento aproveitar para passear, tomar sorvete ou mesmo só para usar óculos escuros, que sempre deixam todo mundo mais bonito.

E aí sobrou o Carnaval. A data já foi alvo de muitas críticas da minha parte, mas depois passei a simplesmente ignorá-lo. Agora em 2013 me convidaram para blocos de rua e, como ando aceitando sair toda hora, resolvi ir, ainda com aquela mentalidade de: "será que vou gostar?" "mas Carnaval? Em São Paulo? Será que é legal?".

Timidamente passei por um bloco na rua Augusta, numa noite de sexta-feira, após um fim de tarde que parecia o fim do mundo, de tanto que choveu. No dia seguinte, Vila Madalena. E pra lá fui durante três dias consecutivos. Muita folia, dança no bloco e fora dele, risadas, boas companhias, adereços carnavalescos, algumas pancadas de chuva na cabeça, histórias para levar para a vida. Ontem de novo mais um bloco, pra encerrar de vez o Carnaval. O saldo, além de tudo isso acima, foi também bolha nos dedões do pé, bastante dor nas pernas, muito cansaço, mas a sensação que tudo valeu a pena. E legal foi constatar que São Paulo não é túmulo do samba coisa nenhuma. Os blocos estão voltando com força, a população está descobrindo o Carnaval paulistano e a prefeitura, pelo que li, está prometendo mais apoio nos próximos anos.

E este post é pra dizer que estou com saudade desde já. Ainda mais neste dia que dá a sensação de que o ano vai começar pra valer, em um domingo em que o querido horário de verão se encerrou e a noite já chegou pouco depois das 19h em São Paulo, um domingo que põe ponto final às férias da faculdade e ao Carnaval. Mas ano que vem tem mais :)

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